Moradores de três favelas na zona oeste do Rio de Janeiro só puderam deixar suas regiões depois de passarem por cadastramento do exército
A ação intimidatória dos governos estadual e federal contra trabalhadores das áreas pobres da cidade, vai ganhando ares de regime militar.
Hoje, 23 de fevereiro, moradores de três comunidades da zona oeste sofreram o constrangimento e violência por parte das forças armadas, quando só permitiram que deixassem a comunidade após serem “fichados” pelos soldados com celulares.O comandante da operação falou vagamente à imprensa que as informações coletadas pelo aplicativo do exército são enviadas para o banco de dados dos agentes de segurança que checam se as pessoas tem anotação criminal. O Comando Militar do Leste não se pronunciou sobre a ação ilegal nos acessos das favelas.
O pedreiro Edvan Silva Monteiro, de 47 anos, desceu apenas com a marmita na mão, havia esquecido os documentos e foi impedido de sair pra trabalhar. Sendo obrigado pelos militares a retornar à sua casa para recuperar o documento. A situação fez com que o trabalhador chegasse atrasado ao trabalho e fosse dispensado pelo patrão.
Na madrugada desta sexta, 3.200 homens do exército ocuparam acessos na Vila Kennedy, Coréia e Vila Aliança.